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A Pisadeira é descrita também como uma mulher muito magra, com dedos compridos e secos, unhas enormes, sujas e amareladas. Tem as pernas curtas, cabelo desgrenhado, nariz enorme com muitos pelos , como um gavião. Os olhos são vermelho fogo, malignos e arregalados. O queixo é revirado para cima e a boca sempre escancarada, com dentes esverdeados e à mostra. Costuma sempre gargalhar. Uma gargalhada estridente e horripilante.

Conta a lenda que a Pisadeira fica rondando em cima dos telhados das casas a noite observando os movimentos dentro das residências e ataca sempre que vê a oportunidade. Geralmente o ataque ocorre pós o jantar, quando o infeliz vai dormir de barriga cheia, essa é a hora preferida da velhinha macabra entrar em ação. Sai de seu esconderijo, entra no quarto (sem nunca ser vista por ninguém da casa) e pisa no peito da pessoa, deixando-a em estado de paralisia. Porém, a vítima da Pisadeira consegue acompanhar e ver tudo de forma consciente o que traz grande desespero para a pessoa, pois fica totalmente impotente frente ao ataque da pisadeira.


Apesar de sua aparência quase esquelética, a Pisadeira apresenta um peso descomunal, assim como uma força muito grande para alguém de seu porte físico. Algumas pessoas que foram atacadas pela Pisadeira afirmaram não terem visto nada, só sentindo a presença e o peso da criatura. Já outros relataram terem sentido e visto o ser em toda a sua feiura característica. As vítimas contam também que enquanto a Pisadeira os asfixiava costumava emitir enormes gargalhadas de prazer. E para o pavor das vítimas, somente elas puderam escutar, as outras pessoas da casa relatam não terem escutado nada, somente o grito de desespero da vítima quando a Pisadeira cessava o ataque.

O tempo de duração do ataque costuma variar bastante, de poucos segundos há alguns muitos minutos e em alguns casos até mesmo horas. Existem muitas mortes ocorridas enquanto as pessoas estavam dormindo que são associadas a Pisadeira.

Mesmo os sortudos que conseguem se desvencilhar do assustador ataque não podem baixar a guarda nunca, já que a entidade se alimenta do medo deles. Portanto, a chance de ocorrer um segundo ataque é grande.

Explicações científicas sobre o caso:

Os especialistas em sono descartam a possibilidade de alguma entidade sobrenatural estar envolvida realmente nestes casos. A ciência explica e descreve esses fenômenos noturnos como frutos de uma causa orgânica, conhecida como "Paralisia do sono". A paralisia do sono ocorre quando o cérebro acorda de um estado REM, mas a paralisia corporal persiste (essa paralisia ocorre naturalmente quando dormimos para que nós não nos debatamos durante o sono). Isto deixa a pessoa perfeitamente consciente, mas incapaz de se mover. Além disso, o estado pode ser acompanhado por alucinações hipnagógicas (o que explicaria as aparições). Alguns cientistas acreditam que este fenômeno está por trás de muitos relatos de abduções alienígenas e encontros com fantasmas.

Existem várias culturas ao redor do mundo que relatam esses episódios, que diga-se de passagem, são realmente assustadores. Prova disso são as diversas lendas envolvendo criaturas que aparecem nos pés da cama, ou como no caso da Pisadeira, em cima dos coitados.


Uma tragédia envolvendo uma noiva na cidade de Dois Córregos gerou a lenda. O fato teria acontecido no início da cidade, na antiga capela feita de barro e coberta de sapé, onde seria realizado um casamento, mas o noivo não apareceu. O drama da moça emocionou os convidados.

A noiva, mesmo depois da saída dos convidados, não queria deixar a capela, na esperança que o noivo ainda aparecesse.

Com a ajuda do padre, os pais dela conseguiram retirá-la, somente no período da noite. A moça foi levada para casa e deitou vestida de noiva. Na mesma noite, ainda vestida de branco ela morreu.

Foi enterrada com o vestido que ela mesma havia feito e em suas mãos foi colocado um buquê de rosas e margaridas brancas.

A tragédia chocou a população e depois de um tempo surgiu o boato de que a noiva aparecia á meia noite perto da capela.

A Noiva do Jardim só ganharia esse nome depois do jardim ser construído, em 1909. A matriz foi inaugurada em 1911, quando a antiga capela já tinha sido demolida.

Uma das pessoas que teria visto uma das aparições da noiva seria o jardineiro encarregado da praça, no final do século 20. Ele disse ter visto a moça entrar e sair da igreja, em certa noite. Acredita-se que o espírito da noiva ainda permaneça no local acalentando o sonho do casamento que nunca se realizou.

Na década de 50, jovens faziam vigília na praça que foi construída no local para tentar ver a Noiva do Jardim.

Eles diziam que a noiva surgia e desaparecia na mesma velocidade. Uma senhora que morou na esquina da praça Major Carlos Neves contava que, em 1970, ela teria visto a noiva entrando na igreja.


Alguns anos atrás uma moça de vinte e oito anos estava internada nesse hospital com câncer em estado avançado. Ela estava grávida de sete meses e meio quando a internaram pela ultima vez, seu marido havia morrido três meses antes em um acidente de carro. Ela cresceu em um orfanato em São Paulo e não tinha família. Os empregados do hospital se comoveram com sua história e todos faziam o possível para alegrá-la, porém nada adiantava. Sua tristeza pela solidão e o fato de que talvez nem conheceria seu filho pois o preço de dar a luz a criança poderia ser sua vida, e ela estava disposta a pagar.

Alguns dias depois de ser internada ela veio a falecer. Os médicos conseguiram salvar o bebê e o nomeou João, em homenagem sua mãe que se chamava Joana. Uma das enfermeiras do hospital começou com o processo de adoção do bebê, pois seu marido não podia ter filhos e ela viu a oportunidade para ter um filho, depois de quatro meses a adoção foi concedida.

A verdadeira mãe da criança parece que não se esqueceu do filho nem depois da morte. Laura (nome fictício da enfermeira que adotou o bebê) estava de plantão quando um paciente veio falar com ela.

“Alguém tem que tirar aquela mulher do meu quarto”.

“De que mulher o senhor esta falando?”

“Aquela doida que esta gritando comigo e perguntando "onde esta o filho?".”

Laura foi até o quarto do paciente e não havia ninguém lá. Ela chamou o médico que disse que ele poderia estar alucinando e o sedaram. Quando ela voltou para seu posto seu telefone tocou, ela atendeu, seu corpo estremeceu de terror. A voz feminina vinda do outro lado lhe era conhecida.

“Onde esta meu filho? Por que você o tirou de mim?” – questionava a voz chorosa do outro lado da linha.

Laura começou a rezar. O fantasma da moça a estava assombrando, mas nada adiantou. Outras pessoas começaram a relatar que haviam visto o fantasma.

O tempo passou e Laura continuava vendo e escutando a verdadeira mãe de seu filho. Os pacientes da ala de câncer também continuaram a ver as aparições. O hospital tentando encobrir disse que era efeito de um medicamento para câncer, mas a população daqui não acreditou. Meses depois mudaram a ala de câncer para um prédio novo, mas o fantasma foi junto e as pessoas continuaram a ver o fantasma. Laura se demitiu e nunca mais viu o fantasma da mulher. Mas dizem o hospital ainda continua assombrado. Vários empregados do hospital já a viram andando pelos corredores do hospital perguntando pelo filho, os pacientes dizem que escutam alguém tocar na porta, mas quando abrem não tem ninguém.


Marcos estava mais uma vez dirigindo seu velho táxi pelas ruas de São Paulo. Era noite calma, com uma enorme lua cheia no céu. Ele estava cansado, mas como ultimamente os tempos eram de crise, ele mais uma vez necessitava fazer corridas extras que duravam durante toda a madrugada. Agora, á meia noite, ele encontrava-se exausto e seu veículo passeava calmamente por uma rua tranquila da enorme metrópole. De-repente uma linda moça pareceu surgir bem a sua frente no meio da rua. Ele freou o carro assustado. A garota misteriosa, com um sorriso delicado, bateu de leve no vidro e disse:
- O senhor pode me levar até minha casa?

- Entra aí.- pediu Marcos. A moça entrou no carro enquanto Marcos perguntava:- Mas diga-me. O que faz andando sozinha nesse bairro perigoso a uma hora dessas?
- Eu estou caminhando pela cidade.- disse a jovem com um sorriso de puro contentamento. - Adoro São Paulo. Queria ficar sempre aqui. Queria ser livre. Não ter de voltar... pro lugar onde moro. 

- Onde você mora?

- Em um lugar horrível.- disse ela com um semblante nostálgico.- Mas todas as noites. Na data de meu aniversário, tenho a permissão para caminhar pela cidade.

Um arrepio percorreu o corpo de Marcos. Mas ele nem sequer imaginava que as excentricidades daquela corrida de táxi estavam apenas começando. Ao passar em frente a uma enorme praça, a garota misteriosa insistiu para que Marcos parasse o veículo.

- Mais moça! Esse lugar é perigoso á noite.

- Por favor. Eu só quero parar aqui por alguns instantes. Antes de ter de voltar para o lugar terrível onde moro.

Eles desceram do taxi. E ela abriu os braços rodopiando com emoção,
- Eu amo esse lugar. Essa brisa gostosa. Essa lua encantadora no céu. O lugar onde eu moro não tem nada disso. Não tem lua, não tem brisa, não tem nada de agradável.

- Mas onde é que você mora?- perguntou o taxista nervoso enquanto voltavam para o carro.
- Você não entenderia. Eu fiz coisas horríveis. Agora pago por meus erros em um lugar horrível.
Eles entraram no carro em meio a noite solitária. Agora, enquanto seguiam pela cidade, a moça pedia para ele parar em vários lugares. Era como se não quisesse terminar o passeio de táxi. Como se estivesse prolongando-o com medo do destino final.

Enquanto seguiam, Marcos começou a afeiçoar-se pela jovem. Como que em um instinto paternal. Parecia tão feliz e tão cheia de vida naquela noite. Era algo estranho. Era como se há muito tempo ela não tivesse a oportunidade de apreciar uma simples corrida de táxi. A moça misteriosa agia como uma criança diante de um presente de natal naquela fria noite que cobria a metrópole silenciosa.
- Bem. -disse ela. - Agora não me resta remédio senão voltar.- disse com o olhar cheio de dor.
A moça deu as instruções de onde ficava a sua casa. Marcos encontrava-se cada vez mais inquieto com o mistério que a loira inspirava.

- Eu nem perguntei seu nome.- disse.- É que essa noite foi tão peculiar que nem nos apresentamos. Eu me chamo Marcos.

- Meu nome é Laura. Laura Fonseca. - disse ela com ar nervoso.

- Sabe. Eu gostei de você.- disse Marcos sorrindo.- Parece tão feliz de uma forma tão estranha. Gostei do seu jeito. Nem vou cobrar a corrida.

- Chegamos.- disse ela com tristeza.

Eles encontravam-se em frente a um enorme cemitério. Os grandes portões de ferro erguiam-se exibindo uma enorme quantidade de velhos túmulos e tumbas erguendo-se em meio a escuridão silenciosa. Um calafrio percorreu o corpo do taxista.

- Você mora por aqui?- perguntou ele com o olhar amedrontado.- Aqui?

- Sim.- disse ela.- Obrigada. Essa noite foi maravilhosa.- e saiu do carro. 

- Adeus.- disse ele sentindo algo pesado no ar. Mas a moça já havia desaparecido. Nas semanas seguintes, Marcos não pode deixar de pensar na garota misteriosa. Quem era ela? Porque morava próxima aquele cemitério? Porque estava feliz de uma forma tão exagerada? Ele decidiu então voltar até o local onde havia deixado a garota. Quando caminhou até o cemitério, ele sentia algo no ar, uma sensação ruim. A porta do cemitério estava entreaberta. Ele decidiu entrar e perguntar ao caseiro do local a respeito da jovem de branco.


- Ela se chama Laura. Disse morar nas proximidades.- completou o taxista para o homemzinho que cuidava do velho cemitério.

- Não conheço não senhor.

Intrigado, Marcos pôs-se a vagar pelo cemitério. Quem seria aquela moça. Ele sentou-se em uma lápide. Já estava disposto a voltar para casa e esquecer o assunto quando decidiu dar uma olhada no túmulo em que se sentara. Nesse instante seu coração parou de terror. Seus olhos mal podiam acreditar no que viam. Seu coração batia aceleradamente. Seus olhos injetados viram a foto da loura em preto e branco presa ao lado das inscrições: Laura Fonseca, jaz em 10 de Junho de 1957. Então ele finalmente percebeu aterrorizado que a loura que encontrara era um fantasma. E que sua casa, para onde não queria voltar, era o purgatório.

Qual a sua reação em saber que seu "destino" não lhe pertence e que você não passa de um marionete nas mãos de "deuses"?





Akai Ito ou fio vermelho é uma lenda chinesa, e de acordo com este mito os deuses amarram uma corda vermelha invisível nos tornozelos dos homens e mulheres que estão destinados a ser a alma gêmea um do outro. Deste modo, aconteça o que acontecer, passe o tempo que passar, essas duas pessoas que estiverem interligadas irão se encontrar!

"Um fio invisível conecta os que estão destinados a conhecer-se
Independentemente do tempo, lugar ou circunstância
O fio pode esticar ou emaranhar-se
mas nunca irá partir."
- Antiga crença chinesa

A lenda , desde então, também se tornou um mito popular na cultura japonesa e história fala sobre um fio invisível que é amarrado no dedo mindinho de duas pessoas que estão destinadas a viverem juntas para sempre. É como uma ligação espiritual que representa o amor eterno.

Há várias versões dessa lenda, mas uma das histórias que envolve a versão chinesa da lenda, consiste basicamente no seguinte:

"Um garoto estava caminhando para casa à noite quando ele se encontrou com um velho homem, Yue Xia Lao, descansando sobre a luz do luar (se acredita que Yue Xia Lao ou Yuelao é o deus lunar incumbido pelos casamentos). Este então lhe revela que o garoto está ligado a sua futura esposa por uma corda vermelha, e então mostra para ele a garota com quem está destinado a se casar. Por ser jovem e não ter interesse em se casar, o garoto pega uma pedra e atira com força na garota, fugindo em seguida para longe.

Muitos anos então se passam e o garoto agora já é um jovem homem, quando seus pais arranjam um casamento para ele. Na noite de seu casamento, quando ele vai encontrar com sua esposa no que seria o quarto deles, ela está lá sentada com um véu tradicional lhe cobrindo a face.

O jovem homem já sabia do fato de que sua esposa era conhecida como uma das mais belas mulheres do vilarejo, contudo, esta sempre vivia com enfeites em sua sobrancelha. Curioso, ele lhe perguntou o porquê de tal enfeite, e ela lhe respondeu que aquilo era porque, quando ela era jovem, um garoto atirou uma pedra nela, o que causou um corte profundo, deixando-a com uma cicatriz no local. Então, ela usava enfeites na sobrancelha para cobrir a cicatriz. Logo, a mulher nada mais era do a mesma garota que o Deus Yue Xia Lao havia lhe dito que seria destinada à ele, ainda na sua infância."

Mais uma versão:

Um homem estava descendo a montanha para visitar a mulher com quem ia casar, quando um senhor apareceu na sua frente e disse:
''Sendo do Meikai, posso ver que seu fio vermelho liga a outra pessoa. Você não está ligado a aquela que está indo encontrar. A pessoa pelo qual está ligado é aquele bebê.'' - disse isso apontando para um bebê que estava deitado no colo de sua mãe. 

O homem ficou louco de ódio, porque amava sua noiva e mandou o seu criado matar o bebê, ateando fogo na casa em que o mesmo morava.

Porém como o homem e a sua noiva não estavam conectados, ele foi muito infeliz durante todo casamento, até que vem a se tornar viúvo. Haviam se passado vários anos e quando voltou a subir a montanha encontrou uma linda mulher e sem saberem o que tinham acontecido no passado, os dois se apaixonaram perdidamente e se casaram, descobrindo a felicidade que nunca teve. Por se amarem, e para não ter segredo o homem contou tudo o que havia feito no seu passado.

A jovem começou a chorar, e entre soluços disse:
- Aquela garotinha era eu, perdi tudo, meus pais, irmãos... Mas minha mãe me embrulhou em um pano molhado e me salvou. A verdade era muito dolorosa e resolveram se separar. 
O velho na verdade era um deus conhecido como Xia Lao Yue, ficou muito triste com os dois, porque o amor era sincero.

Então, amarrou no tornozelo do homem e da jovem um fio vermelho,
na esperança de que os dois se encontrem novamente...

Há uma narrativa sobre o assunto que chama bastante atenção. Trata-se do relato de uma mulher, que apesar de não falar nada sobre da lenda em si, dá a entender que acredita, de certa forma, na veracidade da mesma.

"Hoje, eu fui para a cerimônia de graduação da minha irmã. Eu estava muito feliz por ter a chance de me encontrar com meus amigos, que também são meus ex-colegas de curso (minha irmã e eu estudamos na mesma universidade). Então, eu me encontrei com a “T”, que se casou no início deste ano e está grávida de seu primeiro filho. Ao vê-la, eu me lembrei da história de um outro amigo meu da minha época de Ensino Médio, “K”, que era apaixonado por “T” desde o ginásio. Ele me disse que ele tentava conquistá-la desde então, mas ela nunca viu nele algo mais do que um amigo. Os anos se passaram e ele ainda continuava esperando por ela. Daí como todos nós tomamos nossos próprios caminhos, eu acabei não escutando mais nenhuma noticia sobre “K”. Enquanto eu continuava caminhando com a minha irmã, eu acabei encontrando com “T” de novo, e ela estava com seu marido, que para minha grande alegria era o “K”! Não importa o quão longa foi a espera, pelo jeito “T” estava mesmo destinada a ser sua “Akai Ito” (linha vermelha). Eu desejo para ambos o melhor em sua vida de casados e que estes abracem o novo mundo da paternidade."


Os fios não determinam quando e onde a metade será encontrada, diz que apenas será encontarda. Pois, o destino vai unir os dois, mas as duas partes vão fazer o possível para se encontrar. Não importando o tempo que leve. E a distância jamais vai separá-los, por estarem unidos por algo mais forte, que nunca se parte.

Vale ressaltar que uma pessoa somente pode estar conectada a uma outra pessoa por vez, pois não há como uma mesma pessoa possuir duas ou mais almas gêmeas ao mesmo tempo, a cada um está reservado apenas um destino...



Há mais de 200 anos, havia uma fazenda de café na região de Barra Velha, no município de Ilhabela, litoral norte de São Paulo. O dono desta fazenda era um velho coronel aposentado, de índole questionável, e casado com uma mulher bem mais jovem que ele.

Depois do almoço, o coronel tinha o hábito de tirar um cochilo, e nesta hora, a Sinhá se encaminhava para o meio do matagal que rodeava a fazenda para se banhar na cachoeira, que ficava a curta distância da propriedade de seu marido.

No século XVIII, as fazendas de café funcionavam baseadas no trabalho escravo e os negros, propriedades dos barões, eram marcados com argolas de ferro no nariz ou nos calcanhares. Isso para garantir que não fugiriam ou se passariam por alforriados, ainda raros nesta época.

E eis que um dos escravos da fazenda a qual nos referíamos, mais rebelde, encontrava-se justamente próximo à cachoeira quando a Sinhá se aproximou para o banho. Tirou a roupa e, completamente nua, pôs-se a se refrescar debaixo d’água.

Tomado de desejo e após um tempo observando aquela bela silhueta se banhando, o escravo não agüentou e se revelou perante a Sinhá. E sem dizer nada, avançou em sua direção e abusou dela, saciou-se de seu desejo à força, contra a vontade da Sinhá.

Quando ela colocava a roupa para ir embora, chorando e muito assustada, foi que o escravo se deu conta do que havia feito. E temendo um castigo mais duro do seu cruel senhor, pegou um pedaço de pau e bateu com toda a força na cabeça da Sinhá, pelas costas, perfurando o crânio dela.

O escravo empurrou o corpo da Sinhá para a água e fugiu mata adentro, com medo de ser descoberto pelo coronel e nunca mais foi visto. O corpo desapareceu na cachoeira e nenhum vestígio da Sinhá foi encontrado.

Hoje, dizem os que ousaram se banhar na cachoeira, é que bem ao longe, dá pra ouvir os gritos e as súplicas da Sinhá, desesperada, gritando por socorro. Dizem também que é possível escutar o escravo, que apesar de continuar desaparecido, parece continuar vivendo na mata próxima a cachoeira.


Um mistério assustador e conhecido, trata-se dos homens da sombra. Estes seres espectrais são tratados na maioria dos casos como figuras em forma de homens, vistas dentro de casas, estradas, cemitérios, escolas, florestas e vários outros lugares. Essas inexplicáveis aparições são ​​vistas em todo o mundo.

Estamos falando de fantasmas ou sombras fantasmagóricas que, por vezes, são quase translúcidos, e outros são um pouco mais escuros, mas a luz não parece passar por eles. As pessoas que testemunham este tipo de espectro, afirmam que tem aparência de um homem de 1,90-2,10 metros de altura, apesar de às vezes sombras são identificadas com a altura de uma criança pequena.


Ninguém sabe o que causa esse fenômeno de homens sombra. Alguns atribuem este fenômeno a fantasmas ou espectros, dando-lhe um mistério mais questionado, embora grandes sombras escuras também foram observados por testemunhas de Ovnis em seus desembarques. As sombras dão uma verdadeira emoção e medo nas pessoas que as observam, podendo ocasionar momentos de grande pânico.


As pessoas relacionam quase todo fenômeno escuro com o mal, como o luto após a morte de uma pessoa. E a escuridão sempre nos dá uma ideia para o desconhecido, porque não é possível ver. Muitas pessoas que vêem esses seres de sombra tem a sensação de que são um espectro fantasma ou alienígena. 

Embora, sombras também nos remete a ideia de que há outra pessoa conosco, e levando o fato de não sabermos quem realmente é, a sensação de medo e mais intensa. Muitas vezes até a não considerar o medo do sobrenatural, mas sim do mundo real é nas maldades que o ser humano pode fazer com seu semelhante.


Um olhar mais aprofundado nesses casos nos dão a ideia de que também pode ser diversos casos de alucinação, não julgando a saúde mental das pessoas envolvidas, mas em um estado bem normal de medo momentâneo.


Essa é uma ideia bem aceitável, pois e de natureza humana ter medo, ainda mais em momentos que se fica só, no escuro ou não. Mas muitas imagens ou sombras de objetos na hora do medo pode nos dá uma imagem daquilo que não existe, explica pesquisadores.

Se este for o caso, não explica casos em que testemunhas afirmam que as sombras possuem movimentos e até chegaram a andar ou a correr, um fato bem estranho pra ser apenas sombras de objetos.



A pesquisa pelo sobrenatural sempre é cercada de dúvidas e especulações, o difícil é chegar á uma conclusão. Enquanto isso, o mistério dos homens sombra continua, e cada vez mais vem aumentando os casos de aparições, muitas delas acompanhadas pelo fenômeno ovni. Cabe saber se existe alguma relação entre esses dois fenômenos


André era um garotinho de seis anos, muito ativo e alegre. Tinha vários amigos onde morava e todos gostavam dele. Certo dia sua mãe deu-lhe a noticia de que iriam mudar de cidade. Depois da mudança ele teve muita dificuldade em fazer amigos, pois eles se mudaram para uma casa remota, longe da cidade. Afundado em uma depressão ele se sente cada vez pior, deixando seus pais preocupados. Mas o tempo foi passando e ele foi se adaptando a sua nova realidade. 

Um dia sua mãe o observava brincando sozinho no quintal da casa. Parecia feliz, mas estava conversando sozinho. E foi ao se encontro.

“Com quem você está conversando?”

“Com Marcel, meu amigo.”

“Quem é ele? Seu amigo imaginário?”

“Não mãe, ele é real, mas você não pode vê-lo. Ele me disse que mora no céu.”

Preocupada ela levou o menino ao psicólogo que não detectou nenhuma anormalidade em André e disse que talvez ele houvesse criado um amigo imaginário para lidar com sua solidão e que isso iria passar com o tempo.

Outra vez André brincava no quintal, estava no balanço conversando animadamente. Quando sua mãe apareceu se assustou e ficou em silêncio, para seu espanto um dos balanços que estavam vazios estava balançando como se alguém estivesse ali, mas pouco a pouco foi parando.

“Por que o susto filho?”

“Nada mãe, não te vi chegando.”

“O que você estava conversando com Marcel?”

“É um segredo muito legal, mas ele disse que eu não posso te contar.”

“Eu sou sua mãe, você tem que confiar em mim.” – disse ela abraçando seu filho.

“Ele me disse que vai me levar para brincar no céu com ele. Também falou que lá eu poderei voar.”

“Eu te proíbo de ir lá.” – disse a mãe com lagrimas nos olhos e com o coração apertado.

Duas semanas depois André preparava-se para dormir. Enquanto sua mãe o cobria ele disse:

“Mãe o Marcel voltou hoje e disse que amanhã eu vou ir para o céu brincar com ele.”

“Não, eu já te disse que não quero que você vá com ele.” – disse ela novamente sentindo um aperto no coração.

No outro dia, a mãe de André queria tirar ele dali com medo de que algo acontecesse, apesar de ser cética sentia um aperto no coração inexplicável. Foram até o parque de diversões da cidade onde o garoto pode distrair-se e brincar enquanto sua mãe tirava fotos.

“Mamãe!” – gritou André se mostrando em cima de um brinquedo.

Sua mãe bateu uma foto e o mandou sair de lá, pois ele poderia escorregar e cair. Ao olhar no visor de sua máquina digital se assustou ao ver uma sobra ao lado do menino. Ela escutou um grito e quando se virou, viu André caindo, batendo o corpo em cada parte do brinquedo até atingir o chão. André morreu a caminho do hospital.

Algum tempo depois, a mãe do menino com saudades entrou no quarto que desde a morte do filho estava fechado. Começou a olhar os papéis e ficou aterrorizada quando achou um desenho igual a foto que tinha batido segundos antes da morte de André, e no topo da folha a frase: “Vamos brincar no céu?”.


Segundo reza a lenda Stull é uma pequena cidade do Kansas que é um dos sete portais da terra que dão acesso ao inferno e suas histórias já vem sendo contadas há mais de 100 anos.
Sua estória começou a ganhar notoriedade mesmo lá pela década de 70 quando um professor universitário começou a espalhar histórias sobre o local dizendo que Stull era assombrada por lendas diabólicas e acontecimentos sobrenaturais.

Alguns dizem que o cemitério da cidade é um dos poucos lugares da terra onde o Diabo aparece em pessoa duas vezes ao ano.

A pequena cidade foi colonizada em meados de 1800 por pessoas de ascendência alemã principalmente,e logo trataram de erguer uma pequena igreja evangélica que conseguiu arrecadar fundos para posteriormente ser fundada uma outra igreja A igreja de Cristo de Stull que ficava localizada em um bom terreno comercial da cidade,mas voltando a pequena igreja evangélica,essa foi construída em um terreno um pouco mais afastado da cidade dentro de um cemitério,onde dizem que depois de alguns anos eram praticados rituais de magia negra e sacrifícios dentro dessa pequena igreja do cemitério.


Em 1900 um pai queimou seu próprio filho que não sabia estar no campo na hora da queima e mais tarde perto desse mesmo local um homem foi encontrado enforcado no antigo pinheiro e por incrível que pareça o local dos dois acidentes ficava próxima a uma estrada denominada Estrada do Diabo que hoje em dia só é possível se encontrada por quem tiver acesso aos antigos mapa da cidade.
Umas das lendas mais conhecidas diz que atrás da igreja há uma pequena escadaria que só algumas pessoas conseguem encontrar e quando é encontrada a pessoa que a adentrar ou levará muito tempo para voltar ou não voltará nunca mais,pois esta estaria presa no inferno.


Algumas pessoas dizem terem achado a tal escada e que realmente é sufocante entrar nela e que se tem a sensação de forças ocultas puxando para baixo;ainda dizem que a escadaria possui um selo que só se abre no dia das bruxas ou no equinócio de primavera e é nesse momento que o Diabo vem a Terra para visitar o tumulo de uma bruxa com quem teve um filho,no qual habita a floresta em volta do cemitério

A pequena igreja agora é encontrada em ruínas e dizem que ela é que o centro de toda atividade paranormal do lugar,dizem que mesmo caída do jeito que está bruxas ainda a frequentam para realizarem os seus riuais e que estranhamente em dias de chuva pode se notar de que não chove dentro da igreja,mesmo ela estando sem o teto.

As poucas pessoas que resolveram acampar perto da igreja se arrependeram depois,dizendo que passar a noite lá é uma tarefa humanamente impossível e totalmente aterrorizante,a noite os ventos ficam muito fortes,dá pra se ouvir gritos e lamentos e alguns dizem que ficaram estranhamente pregados ao chão sem conseguirem se mover.


Há ainda um segundo cemitério muito mais antigo no qual há uma velha arvore.,onde dizem que cresceu dentro de um tumulo de bruxa partindo-o em dois,ali foi enterrado toda uma família de bruxos e bruxas e que é o local preferido para pessoas realizarem rituais de magia negra e nessa mesma arvora também foram enforcadas algumas pessoas acusadas de bruxaria.


Os habitantes da cidade, que na realidade são muito poucos não passam de quarenta,não gostam de visitantes na cidade e fazem de tudo para que sua privacidade não seja invadida,dizendo que nada de estranho acontece lá,eles tentam manter os visitantes afastados a todo custo e dizem que não há nada para ver ou mostrar.

Curiosamente todo ano em Skull acontecem fatos muitos estranhos e pessoas desaparecem.


Olá mundanos!!Sentiram minha falta?? Bom não preciso saber a resposta rsrsrsrs
Depois de alguns dias sem 'internet' usando só a do celular,finalmente consegui arrumar meu computador,ou seja precisei comprar uma fonte nova¬¬ que acabou torrando devido a uma queda de energia,enfim...creio que vocês não precisam saber desses detalhes,mas os compartilho mesmo assim rsrsrsrsrs

Feliz ano novo mais que atrasado \o/ e pra começar bem o ano trago uma lenda urbana bem clássica e com uma temática da qual acredito e que muitas outras pessoas acreditam também.
Conta-se que uma moça estava muito doente e teve que ser internada em um hospital. Desenganada pelos médicos, a família não queria que a moça soubesse que iria morrer. Todos seus amigos já sabiam. Menos ela.

E para todo mundo que ela perguntava se ia morrer, a afirmação era negada. Depois de muito receber visitas, ela pediu durante uma oração que lhe enviassem flores. Queria rosas brancas se fosse voltar para casa, rosas amarelas se fosse ficar mais um tempo no hospital e estivesse em estado grave, e rosas vermelhas se estivesse próxima sua morte.

Certa hora, bate a porta de seu quarto uma mulher e entrega a mãe da moça um maço de rosas vermelhas murchas e sem vida.

A mulher se identifica como “mãe da Berenice”. Nesse meio de tempo, a moça que estava dormindo acordou, e a mãe avisou pra ela que a mulher havia deixado o buquê de rosas, sem saber do pedido da filha feito em oração. Ela ficou com uma cara de espanto quando foi informada pela mãe que quem havia trazido as rosas era a mãe da Berenice. A única coisa que a moça conseguiu responder era que a mãe da Berenice estava morta há 10 anos. A moça morreu naquela mesma noite. No hospital ninguém viu a tal mulher entrando ou saindo.


A enfermeira é uma lenda urbana que até algum tempo atrás rondava os hospitais,ela era contada como forma de aviso alertando os médicos jovens para nunca aprontarem nada em seu turno de trabalho.

Havia uma garota que tinha acabado de se formar na escola de enfermagem e logo começou a trabalhar em um hospital,ela amava a sua profissão,mas todos no hospital a achavam quieta demais e estranha,ela não se misturava com as pessoas e também não gostava da bagunça que um grupo de jovens médicos faziam,pois trabalhava horas a fio e não conseguia dormir com o barulho dos médicos,passado um tempinho a jovem enfermeira começou a reclamar dos médicos na recepção e vendo que não surtia efeito decidiu reclamar na direção do hospital.

Os médicos ficaram muito contrariados e receberam algumas punições e logo após essas punições a enfermeira não parou mais de reclamar,com o passar do tempo os médicos foram ficando com ódio da enfermeira e passaram a elaborar um plano para se vingarem.

Finalmente um dos médicos tivera uma ótima idéia e com o consentimento dos outros passaram a por em prática o plano.

Naquela mesma noite um dos médicos foi até o necrotério do hospital e serrou o braço de um corpo,logo em seguida ele mostrou aos colegas e juntos foram rumo ao quarto de descanso da enfermeira, a enfermeira passou por eles e recebeu um boa noite educado o que a fez ficar desconfiada de que talvez eles estivessem aprontando algo, mas como nada aconteceu ela entrou no quarto para descansar.

Os médicos esperaram um pouco e quando tiveram certeza de que a enfermeira dormia colocaram o braço ao lado dela na cama,ficaram parados na porta até de madrugada com a esperança de ouvirem os gritos desesperados da enfermeira,mas ela não deu nem sinal de ter assustado,então furiosos e frustrados decidiram ir dormir.

No dia seguinte já esperavam a cara enfurecida da enfermeira,mas não houve nem sinal de sua presença,então alarmados decidiram ir até o seu quarto,bateram na porta e ninguém abriu,então decidiram entrar e encontraram uma cama bagunçada com algumas marcas de sangue e nem sinal da enfermeira,um dos médicos decidiu abrir a porta do closet e para sua surpresa o que ele viu enregelou os seus ossos

A enfermeira estava encolhida no canto do armário,com os olhos revirados,um ar totalmente insano e os cabelos brancos,tinha envelhecido muito e havia sangue em todas as partes do closet e em sua boca havia um pedaço do que antes havia sido um braço decepado,ao olhar para o médico ela largou o braço e com um sorriso demente e cruel ela sussurrou baixinho para o terror de todos que estavam no quarto: comida...

6

Há alguns anos atrás um casal do estado de Oklahoma, nos EUA, decidiram tirar uma noite de descanso, resolveram sair para jantar.Como eles são pais, e tem duas crianças, não oderiam sair e deixa-las sozinhas, porque seria errado, e além de tudo as leis americanas contra o abandono de menores são muito rígidas, por isso eles decidiram chamar a sua babá de maior confiança para cuidar das crianças.

Quando a babá chegou, os pequenos já estavam dormindo. Então a babá se sentou perto delas, para verificar se estava tudo bem. Mas tarde, já a noite, a babá estava com tédio, e foi então assistir TV, mas ela não conseguia ver na TV da sala, pois não era TV a cabo, porque os pais não queriam que seus filhos assistissem qualquer coisa que passa na TV.

A Babá então ligou para os pais, pedindo para assistir TV no quarto do casal. obviamente os pais permitiram, mas a babá tinha um pedido final, um pedido especial... ela perguntou se podia cobrir a estátua de anjo que estava no quarto das crianças com alguma toalha ou cobertor, pois segundo ela a estátua lhe perturbava.

O Telefone ficou em silencio por um momento... 

O Pai que estava no telefone com a babá então falou desesperado:

''.. Leve as crianças para fora de casa Agora!!! nós estamos chamando a polícia! Não temos nenhuma estátua de anjo!" 

A Polícia encontrou os 3 corpos dos ocupantes mortos depois de 5 minutos da chamada. Nenhuma estátua foi encontrada. Nenhum vestígio de invasão. Nenhuma evidencia, exceto que as vítimas morreram com golpes de um objeto perfurante.

O Caso não foi solucionado, e Acabou virando uma lenda urbana...



Já era noite quando quatro amigos chegaram a uma cabine nas montanhas geladas de Montana nos Estados Unidos que alugaram para passar o fim de semana. A neve cobria a casa e os pinheiros em volta e o vento gelado cortava seus rostos com força. Eles olharam para o céu e viram a lua cheia de trás de uma camada grossa e vermelha de nevoeiro. Sorriram uns para os outros, a noite estava mais que perfeita para seus planos.

Eles entraram na cabine, olharam todos os cômodos para confirmar que não havia ninguém. Dois deles foram para fora trazer a bagagem e os outros dois ficaram na sala. Eles foram arrastando os moveis formando um círculo. Quando tudo estava limpo, trouxeram a mesa de jantar para o meio.

Nesse momento os dois que foram para fora entraram na sala carregando um corpo de mulher. Ela estava amarrada e amordaçada. A colocaram em cima da mesa e amarraram seus braços. A mulher chorava e se debatia. Não sabia o que iria acontecer e o que aqueles homens queriam com ela.

Rapidamente eles começaram a espalhar velas pretas, vermelhas e brancas por toda casa. Quando terminaram vieram ao redor da mesa. Um deles colocou uma cruz virada para baixo em seu ventre. Cada um deles tirou um punhal de seus bolsos e fizeram um corte profundo em cada membro da mulher que gritava e se contorcia. O sangue que saia dela era colocado em pequenos vasos de metal. Depois de um tempo eles molharam suas mãos no sangue e esfregaram no rosto deixando a pele vermelha.

Eles deram a mãos formando um circulo em volta da mulher e começaram a repetir as palavras do ritual. Passados alguns minutos a mulher começou a se contorcer mais forte e a gritar com uma voz que não era a sua. Os quatro gritavam o encanto cada vez mais alto até que as velas se apagaram. A cabine ficou completamente escura. Eles se espalharam pela sala tentando acender as velas. Não foi preciso procurar muito porque elas se acenderam por si.

Eles se assustaram ao ver que a mulher não mais estava amarrada na mesa. Ela estava de pé, seus olhos estavam brancos e sua pele pálida como a de um morto. O ritual para invocar o demônio tinha funcionado.

“Vocês chamaram, eu estou aqui. O que querem?” – disse a mulher com uma voz grossa e rouca.

“Queremos te servir, em troca de alguns favores é claro.” – respondeu um deles.

A mulher soltou uma gargalhada que fez as paredes da casa tremer. Os quatro também tremiam de medo e terror e então eles se ajoelharam.

“Idiotas vocês, acham que podem exigir favores meus? Vou levar vocês para falar direto com o diabo.” - disse ela pulando em cima de um deles.

Ela enforcou o primeiro até a morte, os outros três desesperados tentaram fugir, mas não puderam abrir as portas nem janelas, a casa estava lacrada. 

“Agora experimentem um pouco do que vão sofrer no inferno, sua nova casa.”

Dizendo isso ela soltou um grito ensurdecedor, os três que ainda estavam vivos caíram no chão tentando tapar os ouvidos, mas era em vão, pois o grito estava dentro de suas cabeças. A mulher andou em direção a porta, cada passo que dava deixava uma marca de fogo no chão. Ela saiu da casa e fechou a porta, olhou para dentro por uma das janelas e balbuciando algo fez o fogo das velas e de suas pegadas se espalharem. 

Ela se afastou da cabine que em minutos estava toda em chamas. Observando os homens dentro batendo no vidro jogando cadeiras tentando quebrar o vidro enquanto seus corpos queimavam pouco a pouco ela se contorcia dando gargalhadas.

Horas depois a polícia e os bombeiros encontraram o corpo da mulher deitada na neve e a casa ainda em chamas. A mulher sobreviveu, mas foi incapaz de dizer como foi parar naquele lugar. Nenhum corpo foi encontrado dentro da casa.


Por volta 1855, instalou-se na cidade, ao lado da antiga Igreja N.S. do Rosário, o suntuoso circo Aretuzza. Conta-se que havia como atração um adestrador de pôneis Eduardo. Este homem teria apaixonado-se por uma linda mulher. Seu nome era Maria, uma garota atraente e delicada com feições leves, sonhadora com seus 18 anos.

Então surgiu uma relação de carinho e cumplicidade entre ambos. Um namoro as escondidas fez com que Maria, jovem inocente, se perdesse de amores pelo jovem rapaz. Enquanto os camponeses assistiam admirados as atrações do grandioso circo, Maria via-se mais envolvida a cada dia com o domador de cavalos. No entanto algo terrível aconteceria marcando a vida de Maria para sempre.
O circo preparava-se para ir embora. Enquanto desmontava-se o barracão e amarravam-se as carroças, Maria despediu-se do atraente Eduardo:

- Prometa que voltará. Para consumarmos nosso amor. –pediu-lhe a jovem com olhar triste e infeliz.
- Sim.- disse Eduardo com um sorriso confortador.- Esteja certa de que me encontrarei aqui em breve. Nada haverá de separar-nos.

A jovem sorriu timidamente e ficou a observar enquanto o jovem acenava sentado na velha carroça com esperança no lúgubre olhar. E então, a jovem recolheu a saia e caminhou para sua casa certa de que voltaria a reencontrar Eduardo. Nas ruas aos poucos, com o fim da Guerra Civil, chegava o progresso e eram implantadas algumas ruas de pedra. A época era tempo de grandes ideais românticos e os livros de Camões influenciavam Maria sobre o amor verdadeiro.

O tempo passava mais rápido quando Eduardo retornava para visitar a jovem. O rapaz demonstrava-lhe muito afeto e tratava-a com extremo carinho. O circo agora instalando-se em cidades vizinhas como Guaxupé, Passos, Itamogi, não era um impedimento ao retorno de Eduardo com suas visitas a encantada garota da rua Tiradentes.

Certo dia o rapaz pediu, para grande alegria da jovem, sua mão em casamento. Os documentos foram acertados foi marcado o dia para a tão esperada cerimonia quando o rapaz retornasse. Maria, cuidou pessoalmente de todos os preparativos inclusive do luxuoso vestido engomado da cor branca que usaria no dia da tão sonhada festa. A jovem convidou pessoas para uma exuberante festa. Seu sonho estava para realizar-se! Casaria- se com seu amado!

O dia do casamento finalmente chegou, no entanto Eduardo não apareceu. Maria ficou desesperada. Dirigiu-se para igreja afirmando que seu noivo chegaria e que o casamento deveria acontecer. No entanto, Eduardo nunca apareceu. Maria havia sido abandonada no altar... 

Estava frio e Maria voltou para casa desconsolada entrando em profunda tristeza. Eduardo jamais voltou e ela jamais reencontrou-o. Maria agora, recusando contato com outros homens trancou-se em casa e impediu que fervorosamente que a mãe desfizesse-se do luxuoso vestido que a jovem havia mandado tecer com tanto carinho para a tão aguardada cerimonia. Os dias se passaram e foram impiedosos, Maria aos poucos envelhecia e tornava-se uma mulher cansada e amargurada. Sua mãe faleceu e logo em seguida a jovem adoentou-se terrivelmente e morreu posteriormente sendo enterrada no cemitério que mais tarde viria a ser a praça da fonte.

A seu pedido, foi enterrada com o vestido engomado que usara no dia de seu casamento.


O MISTÉRIO

Se o espírito da jovem e desiludida Maria Engomada realmente vaga nas noites de sexta feira pela fonte luminosa a procura de seu amado, creio que talvez nunca saberemos ao certo. Tudo o que se tem são relatos e lendas sobre esta misteriosa mulher que nos desperta a imaginação das maneiras mais assustadoras. Este é mais um dos estranhos mistérios que nos assustam e ao mesmo tempo nos fascinam. 




Videos de Fantasmas, Demônios, Espíritos Reais

A Irlanda é cheia de lendas sobre a Banshee, criatura lacrimosa cujas visitas anunciam mortes. 
Seu nome, em Celta, bansidhe, significa "fada" - embora muitos digam seja um espírito, ora bondosos, ora malévolos. 
Essas aparições estão ligadas por lendas centenárias às grandes casas da Irlanda, cujos infortúnios ficam registrados nos gritos lamuriantes ou nas risadas demoníacas do espírito.

Existem vários relatos corroborando essas Lendas, mas talvez o mais impressionante ocorreu no século XVII na Irlanda, na residência dos O'Brien. 

Certa noite, Lady Ann Honora O'Brien foi acordada por uma voz suave. 
Olhou pela janela e viu uma mulher que parecia flutuar bem em frente à vidraça. 
O corpo do fantasma se perdia na bruma, mas seu rosto, delineado pela Lua, estava claro - pálida, de olhos verdes, linda e uma farta cabeleira ruiva. A aparição gemeu três vezes, suspirou e sumiu. 

Aquela imagem fascinou e amedrontou a jovem Ann, mas pensando que fosse apenas um sonho, dormiu novamente. 
Na manhã seguinte, Lady Ann encontrou sua família em prantos... seu irmão mais jovem havia morrido durante a noite. 
Sem saber o que fazer, a jovem contou aos pais sobre a visão que tivera na noite anterior. 
Aquilo não alertou ninguém, pois os mais velhos sabiam que sempre que um O'Brien morria, uma jovem ruiva que morrera no castelo e fora enterrada no jardim - logo abaixo da janela de Lady Ann - aparecia para um membro da família e chorava pelo parente morto.


Na cidade de Santos inúmeras lendas existem em torno do cemitério de Paquetá. Talvez a mais impressionante delas e porque não dizer a mais triste seja sobre Maria Cerejeira. Durante o início do Século passado, muito se disse sobre a aparição de uma mulher vestida de luto que vagava infeliz no cemitério, nas manhãs frias de Julho.

Segundo um jornal local inúmeras pessoas na época afirmavam ter visto a estranha aparição. A alma atormentada seguia infeliz pelas vielas, iluminadas pela tênue luz dos lampiões a gás a chorar infeliz e vestida de negro.

A tensão entre os moradores cresceu e muitos acabaram por passar a noite em torno do assustador e gigantesco cemitério esperando encontrar-se com o espírito que assombrava o local. Neste texto, conheceremos a lenda sobre esta misteriosa assombração que confundiu e amedrontou a bela cidade de Santos no início do século passado...



A Lenda: Maria O Espírito Que Vaga

Maria era uma jovem bonita ia todos os dias a Igreja como era costume de sua família muito religiosa. Fazia orações e retirava-se para sua casa para ler as revistas de moda. A jovem era esperta e um tanto quanto despojada para os costumes da época. Isto deixava Mario, o seu pai, já idoso, extremamente zangado. A jovem, com beleza estonteante, encantava os rapazes da cidade e era cobiçada nas festas que a família frequentava. No entanto, Mario achava isto inoportuno, pois possuía grande medo de que a bela jovem ficasse mal falada perante a sociedade e graças a isto, o velho, mau humorado, tentava a todo custo conter os anseios da delicada garota.

No entanto, Maria, quando assistia as missas na bela Basílica da cidade, encantava-se, com o passar do tempo, com a beleza e o carisma do novo sacristão da bela igreja. Um homem era belo de cabelos negros escuros e pele bronzeada. Enquanto o belo rapaz pronunciava os textos em latim, certo dia, em uma manhã fria, enquanto via a missa, Maria pegou-se suspirando, enternecida com os encantos do jovem. E então, naquela noite fria de inverno, enquanto contorcia-se em seu quarto tremula de ansiedade, a bela jovem descobriu-se apaixonada pelo sacristão.

Enquanto os dias passavam-se, a bela jovem, aflita e apaixonada, tentava ansiosamente conter-se na frente do sacristão. O jovem encantava-a, e assombrava suas noites gélidas em seu quarto no casarão, trazendo estranhos pensamentos pecaminosos para a intimidade do quarto da garota. Certa tarde, Maria, não mais suportou. Decidiu declarar o seu amor ao rapaz em um acesso de loucura. Caminhou aflita até a basílica e encontrou o jovem rapaz limpando um castiçal de prata. Quando o belo rapaz encarou-a com os olhos acinzentados e profundos, a jovem ansiosa, sentiu as pernas perderem as forças. Mas estava decidida a contar-lhe sobre seus sentimentos e descobrir se era de alguma forma correspondida.

Armando, o padre, ficou surpreso por receber a visita da jovem. E perguntou-lhe atentamente em que podia ser útil.

- Eu... preciso dizer-te uma coisa.- disse a bela jovem que parecia aflita e ansiosa.- Podemos ir até a sacristia? –perguntou-lhe a jovem que sentia-se intimidada pelas imagens que pareciam observa-la com desaprovação.

- Porque não?-perguntou-lhe o rapaz com um sorriso no rosto.- Siga-me.
Os passos de ambos retumbaram pelo local sombriamente. A moça pensava seriamente sobre desistir. A sacristia estava limpa e bem arrumada. O rapaz pediu a jovem para que sentasse-se e com os olhos curiosos interpelou-a em silencio sobre o motivo de sua visita.

- Eu realmente sinto muito. –disse-lhe a moça.- Mas estou enamorada por você. Não mais consigo dormir ou pensar em outra coisa, Armando. Meus pensamentos sempre direcionam-se a você! Estou enlouquecendo. Eu sei que isto é errado. Eu sei que é um grande pecado. –disse a jovem colocando delicadamente a mão sobre a do sacristão.- Mas eu precisava que soubesse. Eu... nescessito ser correspondida. Eu necessito dos teus olhos, do teu sorriso. Eu nunca amei ninguém pois sou nova e inexperiente... Mas estou a arder-me de desejo pelo senhor. Por favor, padre, não repudie-me. Apenas retribua-me este amor que é tão grande... –disse a jovem com os cálidos olhos azuis a brilharem com resolução e veemência.

- Esta louca! –exclamou o homem de-repente corado e confuso.- Vem até a Igreja para dizer-me barbaridades como esta? Como pode senhorita! –exclamou perplexo.- Retire-se daqui agora mesmo! –exclamou horrorizado. A jovem, congelada de vergonha, saiu da sacristia a passos largos, abandonando o jovem padre assustado no gélido local.

Naquela noite, em seu quarto, o sacristão não pode deixar de lembrar-se das palavras de Maria. E foi invadido por desejo e loucura. Ao lembrar-se dos olhos e das palavras da jovem, seu corpo respondia de forma pecaminosa e sombria. O homem bateu os joelhos sobre o altar e começou a rezar pedindo para que se afastasse a tentação da beleza daquela mulher de seus pensamentos. Para que se afastasse de sua mente imaginativa, as palavras doces e encantadoras daquela mulher que era movida pelo mal. Ele precisava esquece-la. Não podia permitir que aquela jovem se interpusesse contra os votos que fizera. Mas de nada isto adiantou-lhe. Pois ele percebeu que a jovem despertava-lhe de forma misteriosa, os instintos mais irracionais e primitivos.

Antes que pudesse perceber viu-se caminhando até a casa da jovem para falar-lhe movido de más intenções que nunca julgara conhecer. Ao chegar na casa da jovem apertou a campainha, mas assustado e arrependido virou-se para voltar para a casa paroquial antes que fosse notado. Como fora tão intempestivo e deixara-se mover pelo desejo daquela maneira?

- Padre. Que bom ve-lo. –disse Mario o pai de Maria sorrindo alegre.
- Olá. –disse o homem apreensivo.
- O que deseja em minha humilde moradia?-perguntou-lhe o homem.
- Vim ver Maria. –disse o rapaz sem saber por que motivo tomado de súbita coragem.- Ela esta bem?
- Sim. –respondeu o homenzinho.- Mas recusa-se a comer e esta desde ontem trancada no quarto. Eu não sei o que aconteceu-lhe, mas esta muito deprimida. –disse o homenzinho como se estivesse a acreditar que ele soubesse do padecimento a garota.- Eu estou de saída para comprar um chá. Entre padre. Faça-lhe companhia. Talvez possa abrandar sua angústia.
Após Mário desaparecer na esquina, Armando subiu a escadas apreensivo. Encontrou Maria pálida deitada com uma esvoaçante camisola branca na enorme cama de seu belo quarto. A jovem olhou-o confusa:
- Porque veio?-perguntou sádica.- Deseja tripudiar de meus sentimentos novamente?
E neste instante levantou-se irônica:
- Acha que sou uma qualquer?- disse a jovem levantando-se debilmente.- Eu o amo padre. E não quero mais viver se não ao seu lado. –disse ela aproximando-se vacilante. Neste instante caiu sem forças, mas foi amparada pelo rapaz. E então beijaram-se ardentemente sobre a luz tênue do lampião. Ele despiu a ambos e sobre os lençóis aconchegantes da cama consumaram seu amor.
Alguns meses passaram-se e Maria passou a ter enjoos, e a sentir-se terrivelmente indisposta. Numa noite escura e sombria foi encontrar-se com o padre:
- Estou gravida. –disse com a voz trêmula.- Tenho os sintomas! –exclamou horrorizada.
- Oh céus!- ele exclamou abraçando-a e consolando-a naquela noite sombria. E então em meio as luzes tênues, o jovem prometeu:- Amanhã eu falo com o seu pai. Largarei a batina e nos casaremos. –prometeu o rapaz friamente. A jovem mais animada seguiu para sua casa certa de que o sacristão manteria sua promessa e que de alguma forma ruim, as coisas ao menos resolveriam-se. No dia seguinte, no entanto, o rapaz não apareceu e nem no outro ou no outro. Desesperada, a jovem caminhou apressadamente até a casa paroquial, onde soube que o padre havia mudado-se e deixado-lhe uma carta:

“ Querida Maria
Não me procure. Não posso viver com a vergonha de ter traído meus votos. Estou sentindo-me imundo e acredito que estou enlouquecendo de receio. Estou partindo para longe por estar desesperado e infeliz. Não me procure para falar deste filho se não quiser que eu o negue. Espero que compreenda que o que se passou entre nós foi apenas uma noite feliz da qual arrependo-me terrivelmente e não quero envergonhar a minha família. Peço desculpas, mas não desejo conhecer esta criança. Sem mais.
Armando”

Assustada e infeliz, Maria contou ao pai sobre o bebê com o padre. O homem furioso, expulsou-a de casa e agora a jovem passou a viver nas ruas com o pouco dinheiro que seu primo mandava-lhe para sobreviver. Com o tempo foi ficando fraca e com fome. A barriga estava grande e o corpo terrivelmente dolorido. Nas ruas Maria era desprezada e mal falada pelas pessoas. O primo, um rapaz bom e caridoso, ofereceu-se pedi-la em casamento para salvar-lhe a honra. Mas a jovem não aceitou relutante por ainda amar ao padre desaparecido ardentemente.
Maria morreu nas ruas. E seu espírito foi condenado a vagar pela terra como castigo por seu amor pecaminoso. Há quem diz, que no cemitério, onde foi enterrada, nas noite frias de inverno, Maria vaga, chorando por seu filho, que nunca teve oportunidade de nascer.



O Mistério

Ainda permanece o mistério sobre as aparições da pobre Maria no cemitério de Paquetá. Muitas pessoas afirmam tê-la visto de luto a abrir os portões do cemitério e a caminhar pelas ruas da cidade chorando pela morte de seu filho. Muitos são céticos e acreditam piamente que não há a possibilidade da existência de espíritos ou fenômenos sobrenaturais. Mas ainda existem pessoas que tem dúvida repassam até os dias de hoje, a vida de Maria Cerejeiro e sua assustadora História Sombria...


Para a muito estranha embora muito familiar narrativa que estou a escrever, não espero nem solicito crédito. Louco, em verdade, seria eu para esperá-lo, num caso em que meus próprios sentidos rejeitam seu próprio testemunho. Contudo, louco não sou e com toda a certeza não estou sonhando. Mas amanhã morrerei e hoje quero aliviar minha alma.

Meu imediato propósito é apresentar ao mundo, plena, sucintamente e sem comentários, uma série de simples acontecimentos domésticos. Pelas suas conseqüências, estes acontecimentos, me aterrorizam, me torturaram e me aniquilaram. Entretanto, não tentarei explicá-los. Para mim, apenas se apresentam cheios de horror. Para muitos, parecerão menos terríveis do que grotescos. Mais tarde, talvez, alguma inteligência se encontre que reduza meu fantasma a um lugar comum, alguma inteligência mais calma, mais lógica, menos excitável do que a minha e que perceberá nas circunstâncias que pormenorizo com terror apenas a vulgar sucessão de causas e efeitos, bastante naturais.

Salientei-me desde a infância, pela docilidade e humanidade de meu caráter. Minha ternura de coração era mesmo tão notável que fazia de mim motivo de troça de meus companheiros. Gostava de modo especial de animais e meus pais permitiam que eu possuísse grande variedade de bichos favoritos. Gastava com eles a maior parte do meu tempo e nunca me sentia tão feliz como quando lhes dava comida e os acariciava.

Esta particularidade de caráter aumentou com o meu crescimento e, na idade adulta, dela extraia uma de minhas principais fontes de prazer. Àqueles que tem dedicado a afeição a um cão fiel e inteligente pouca dificuldade tenho em explicar a natureza ou a intensidade da recompensa que daí deriva. Há qualquer coisa no amor sem egoísmo e abnegado de um animal que atinge diretamente o coração de quem tem tido freqüentes ocasiões de experimentar a amizade mesquinha e a fidelidade frágil do simples Homem.

Casei-me ainda moço e tive a felicidade de encontrar em minha mulher um caráter adequado ao meu. Observando minhas predileções pelos animais domésticos, não perdia ela a oportunidade de procurar os das espécies mais agradáveis. Tínhamos pássaros, peixes dourados, um lindo cão, coelhos, um macaquinho e um gato. Este último era um belo animal, notavelmente grande, todo preto e de uma sagacidade de espantar. Ao falar da inteligência dele, mulher que no íntimo não tinha nem um pouco de superstição, fazia freqüentes alusões à antiga crença popular que olhava todos os gatos pretos como feiticeiras disfarçadas. Não que ela se mostrasse jamais séria preocupação a respeito desse ponto, e eu só menciono isso final, pelo simples fato de, justamente agora, ter-me vindo à lembrança.

Plutão - assim se chamava o gato - era o meu preferido e companheiro. Só eu lhe dava de comer e ele me acompanhava por toda a parte da casa, por onde eu andasse. Era mesmo com dificuldade que eu conseguia impedi-lo de acompanhar-me pelas ruas. Nossa amizade durou, desta maneira, muitos anos, nos quais , meu temperamento geral e meu caráter - graças à diabólica esperança - tinham sofrido (coro de confessá-lo) radical alteração para pior.

Tornava-me dia a dia mais taciturno, mais irritável, mais descuidoso dos sentimentos alheios. Permiti me mesmo usar linguagem brutal para com minha mulher. Por fim, cheguei mesmo a usar de violência corporal. Meus bichos, sem dúvida, tiveram que sofrer essa mudança de meu caráter. Não somente descuidei-me deles, como os maltratava. Quanto a Plutão, porém, tinha para com ele, ainda, suficiente consideração que me impedia de maltratá-lo, ao passo que não tinha escrúpulos em maltratar os coelhos, o macaco ou mesmo o cachorro, quando, por acaso ou por afeto, se atravessavam em meu caminho. Meu mal, contudo, aumentava, pois que outro mal se pode comparar ao álcool? E, por fim, até mesmo Plutão, que estava agora ficando velho e, em conseqüência, um tanto impertinente, até mesmo Plutão começou a experimentar do meu mau temperamento.

Certa noite, de volta a casa, bastante embriagado, de uma das tascas dos subúrbios, supus que o gato evitava minha presença. Agarrei-o, mas, nisto, amedrontado com a minha violência ele me deu uma leve dentada na mão. Uma fúria diabólica apossou-se instantaneamente de mim. Cheguei a desconhecer-me. Parecia que alma original me havia abandonado de repente o corpo e uma maldade mais do que satânica, saturada de álcool, fazia vibrar todas as fibras de meu corpo. Tirei do bolso do colete um canivete, abri, agarrei o pobre animal pela garganta e, deliberadamente, arranquei-lhe um dos olhos da órbita! Coro, abraso-me, estremeço ao narrar a condenável atrocidade.

Quando, com a manhã, me voltou a razão, quando, com o sono desfiz os fumos da noite de orgia, experimentei uma sensação meio de horror, meio de remorso pelo crime de que me tornara culpado. Mas era, quando muito, uma sensação fraca e equívoca e a alma permanecia insensível. De novo mergulhei em excessos e logo afoguei no vinho toda a lembrança do meu ato.

Enquanto isso o gato, pouco a pouco, foi sarando. A órbita do olho arrancado tinha, é verdade, uma horrível aparência, mas ele parecia não sofrer mais nenhuma dor. Andava pela casa como de costume, mas, como era de esperar, fugia com extremo terror a minha aproximação. Restava-me ainda bastante de meu antigo coração, para que me magoasse, a princípio, aquela evidente aversão por parte de uma criatura que tinha sido outrora tão amada por mim. Mas esse sentimento em breve deu lugar à irritação. E então apareceu, como para minha queda final e irrevogável, o espírito de perversidade. Desse espírito não cuida a filosofia.

Entretanto, tenho menos certeza da existência de minha alma do que de ser essa perversidade um dos impulsos primitivos do coração humano, uma das indivisíveis faculdades primárias, ou sentimentos, que dão direção ao caráter do homem. Quem não se achou centenas de vezes a cometer um ato vil ou estúpido, sem outra razão senão a de saber que não devia cometê-lo ? Não temos nós uma perpétua inclinação apesar de nosso melhor bom-senso, para violar o que é a lei, pelo simples fato de compreendermos que ela é a Lei? O espírito de perversidade, repito, veio a causar, minha derrocada final. Foi esse anelo insondável da alma, de torturar-se a si próprio, de violentar a sua própria natureza, de praticar o mal que pelo mal, que me levou a continuar e, por fim, a consumar a tortura que já havia infringido ao inofensivo animal.

Certa manhã, a sangue-frio, enrolei em seu pescoço e enforquei-o no ramo de uma árvore, enforquei-o com as lágrimas jorrando-me dos olhos e com o mais amargo remorso no coração. Enforquei-o porque sabia que ele me tinha amado e porque sentia que ele não me tinha dado razão para ofendê-lo. Enforquei-o porque sabia que, assim fazendo, estava cometendo um pecado, um pecado mortal, que iria pôr em perigo a minha alma imortal, colocando-a - se tal coisa fosse possível - mesmo fora do alcance da infinita misericórdia do mais misericordioso terrível Deus.

Na noite do dia no qual pratiquei essa crudelíssima façanha fui despertado do sono pelos gritos de: "Fogo!" As cortinas de minha cama estavam em chamas. A casa inteira ardia. Foi com grande dificuldade que minha mulher, uma criada e eu mesmo conseguimos escapar ao incêndio. A destruição foi completa. Toda a minha fortuna foi tragada, e entreguei-me desde então ao desespero. Não tenho a fraqueza de buscar estabelecer uma relação de causa e efeito entre o desastre e a atrocidade, mas estou relatando um encadeamento de fatos e não desejo que nem mesmo um possível elo seja negligenciado. Visitei os escombros no dia seguinte ao incêndio.

Todas as paredes tinham caído, exceto uma, e esta era de um aposento interno, não muito grossa, que se situava mais ou menos no meio da casa e contra a qual permanecera a cabeceira de minha cama. O estuque havia, em grande parte, resistido ali à ação do fogo, fato que atribui a ter sido ele recentemente colocado.

Em torno dessa parede reuniu-se compacta multidão e muitas pessoas pareciam estar examinando certa parte especial dela, com uma atenção muito ávida e minuciosa. As palavras "estranho, singular!" e expressões semelhantes excitaram minha curiosidade. Aproximei-me e vi, como se gravada em baixo-relevo sobre a superfície branca, a figura de um gato gigantesco. A imagem fora reproduzida com uma nitidez verdadeiramente maravilhosa. Havia uma corda em redor do pescoço do animal.

Ao dar, a princípio, com essa aparição, pois não podia deixar de considerá-la senão isso - meu espanto e meu terror foram extremos. Mas, afinal, a reflexão veio em meu auxilio. O gato, lembrava-me, tinha sido enforcado num jardim, junto da casa. Ao alarme de fogo, esse jardim se enchera imediatamente de povo e alguém deve ter cortado a corda que prendia o animal à árvore e o lançara por uma janela aberta dentro de meu quarto. Isto fora provavelmente feito com o propósito de despertar-me. A queda de outras paredes tinha comprimido a vítima de minha crueldade de encontro à massa do estuque, colocado de pouco, cuja cal, com as chamas e o amoníaco do cadáver, traçara então a imagem tal como a vimos.

Embora assim prontamente procurasse satisfazer a minha razão, senão de todo a minha consciência, a respeito do surpreendente fato que acabo de narrar, nem por isso deixou ele de causar profunda impressão na minha imaginação. Durante meses, eu não me pude libertar do fantasma do gato e, nesse período, voltava-me ao espírito um vago sentimento que parecia remorso, mas não era. Cheguei a ponto de lamentar a perda do animal e de procurar, entre as tascas ordinárias que eu agora habitualmente freqüentava, outro bicho da mesma espécie e de aparência um tanto semelhante com que substituí-lo.

Certa noite, sentado, meio embrutecido, num antro mais que infame, minha atenção foi de súbito atraída para uma coisa preta que repousava em cima de um dos imensos barris de genebra ou de rum que constituíam a principal mobília da sala. Estivera a olhar fixamente para o alto daquele barril, durante alguns minutos, e o que agora me causava surpresa era o fato de que não houvesse percebido mais cedo a tal coisa ali situada.

Aproximei-me e toquei-a com a mão um gato preto, um gato bem grande, tão grande como Plutão, e totalmente semelhante a ele, exceto em um ponto. Plutão não tinha pêlos brancos em parte alguma do corpo, mas este gato tinha uma grande, embora imprecisa, mancha branca cobrindo quase toda a região do peito.

Logo que o toquei, ele imediatamente se levantou, ronronou alto, esfregou-se contra minha mão e pareceu satisfeito com o meu carinho. Era pois, aquela a criatura mesma que eu procurava. Imediatamente, tentei comprá-lo ao taverneiro, mas este disse que não lhe pertencia o animal, nada sabia a seu respeito e nunca o vira antes. Continuei minhas carícias, e, quando me preparei para voltar para casa, o animal deu mostras de querer acompanhar-me.

Deixei que assim o fizesse, curvando-me, às vezes, e dando-lhe palmadinhas, enquanto seguia. Ao chegar à casa, ele imediatamente se familiarizou com ela e se tornou desde logo grande favorito de minha mulher. De minha parte, depressa comecei a sentir despertar-se em mim antipatia contra ele. Isto era, precisamente, o reverso do que eu tinha previsto, mas - não sei como ou por quê - sua evidente amizade por mim antes me desgostava e aborrecia.

Lenta e gradativamente esses sentimentos de desgosto e aborrecimento se transformaram na amargura do ódio. Evitava o animal; certa sensação de vergonha e a lembrança de minha antiga crueldade impediam-me de maltratá-lo fisicamente. Durante algumas semanas abstive-me de bater-lhe ou de usar contra ele de qualquer outra violência; mas gradualmente, bem gradualmente, passei a encará-lo com indizível aversão e a esquivar-me, silenciosamente, à sua odiosa presença, como a um hálito pestilento. O que aumentou sem dúvida meu ódio pelo animal foi a descoberta, na manhã seguinte à em que o trouxera para casa, de que como Plutão, fora também privado de um de seus olhos. Essa circunstância, porém, só fez aumentar o carinho de minha mulher por ele; ela, como já disse, possuía, em alto grau, aquela humanidade de sentimento que fora outrora o traço distintivo e a fonte de muitos dos meus mais simples e mais puros prazeres.

Com a minha aversão àquele gato, porém, sua predileção por mim parecia aumentar. Acompanhava meus passos com uma pertinácia que o leitor dificilmente compreenderá. Em qualquer parte onde me sentasse, enroscava-se ele debaixo de minha cadeira ou pulava sobre meus joelhos, cobrindo-me com suas carícias repugnantes. Se me levantava para andar, metia-se entre meus pés, quase a derrubar-me, ou cravando suas longas e agudas garras em minha roupa, subia dessa maneira até o meu peito. Nessas ocasiões, embora tivesse o desejo ardente de matá-lo com uma pancada, era impedido de fazê-lo, em parte por me lembrar de meu crime anterior mas, principalmente - devo confessá-lo sem demora -, por absoluto pavor do animal. Esse pavor não era exatamente um pavor de mal físico e, contudo, não saberia como defini-lo de outra forma.

Tenho quase vergonha de confessar - sim, mesmo nesta cela de criminoso, tenho quase vergonha de confessar que o terror e o horror que o animal me inspirava tinham sido aumentados por uma das mais simples quimeras que seria possível conceber. Minha mulher chamara mais de uma vez minha atenção para a natureza da marca de pêlo branco de que falei e que constituía a única diferença visível entre o animal estranho e o que eu havia matado. O leitor há de recordar-se que esta mancha, embora grande, fora a princípio de forma bem imprecisa. Mas por leves gradações, gradações quase imperceptíveis e que, durante muito tempo, a razão forcejou para rejeitar como imaginárias, tinha afinal assumido uma rigorosa precisão de contorno. Era agora a reprodução de um objeto que tremo em nomear e por isso, acima de tudo, eu detestava e temia o monstro e ter-me- ia livrado dele, se o ousasse. Era agora, digo, a imagem de uma coisa horrenda, de uma coisa apavorante. . . a imagem de uma forca!

Oh, lúgubre e terrível máquina de horror e de crime, de agonia e de morte! E então eu era em verdade um desgraçado, mais desgraçado que a própria desgraça humana. E um bronco animal, cujo companheiro eu tinha com desprezo destruído, um bronco animal preparava para mim - para mim, homem formado à imagem do Deus Altíssimo - tanta angústia intolerável! Ai de mim! Nem de dia nem de noite era-me dado mais gozar a bênção do repouso!

Durante o dia, o bicho não me deixava um só momento e, de noite, eu despertava, a cada instante, de sonhos de indizível pavor, para sentir o quente hálito daquela coisa no meu rosto e o seu enorme peso, encarnação de pesadelo, que eu não tinha forças para repelir, oprimindo eternamente o meu coração! Sob a pressão de tormentos tais como estes, os fracos restos de bondade que haviam em mim sucumbiram. Meus únicos companheiros eram os maus pensamentos, os mais negros e maléficos pensamentos. O mau-humor de meu temperamento habitual aumentou, levando-me a odiar todas as coisas e toda a humanidade.

Minha resignada esposa, porém, era a mais constante e mais paciente vítima das súbitas, freqüentes e indomáveis explosões de uma fúria a que eu agora me abandonava cegamente. Certo dia ela me acompanhou, para alguma tarefa doméstica, até a adega do velho prédio que nossa pobreza nos compelira a ter de habitar. O gato desceu os degraus seguindo-me e quase me lançou ao chão, exasperando-me até a loucura. Erguendo um machado e esquecendo na minha cólera o medo pueril que tinha até ali sustido minha mão, descarreguei um golpe no animal, que teria, sem dúvida, sido instantaneamente fatal se eu o houvesse assestado como desejava. Mas esse golpe foi detido pela mão de minha mulher. Espicaçado por esta essa intervenção, com uma raiva mais do que demoníaca, arranquei meu braço de sua mão e enterrei o machado no seu crânio. Ela caiu morta imediatamente, sem um gemido.

Executado tão horrendo crime, logo e com inteira decisão entreguei-me à tarefa de ocultar o corpo. Sabia que não podia removê-lo da casa nem de dia nem de noite, sem correr o risco de ser observado pelos vizinhos. Muitos projetos me atravessavam a mente. Em dado momento pensei em cortar o cadáver em pedaços miúdos e queimá-los.

Em outro, resolvi cavar uma cova para ele no chão da adega. De novo, deliberei lançá-lo no poço do pátio, metê-lo num caixote, como uma mercadoria, com os cuidados usuais, e mandar um carregador retirá-lo da casa. Finalmente, detive-me no considerei um expediente bem melhor que qualquer um destes. Decidi emparedá-lo na adega, como se diz que os monges da Idade média emparedavam suas vítimas. Para um objetivo semelhante estava a adega bem adaptada. Suas paredes eram de construção descuidada e tinham sido ultimamente recobertas, por completo, de um reboco grosseiro, cujo endurecimento a umidade da atmosfera impedira.

Além disso, em uma das paredes havia uma saliência causada por uma falsa chaminé ou lareira que fora tapada para não se diferençar do resto da adega. Não tive dúvidas de que poderia prontamente retirar os tijolos naquele ponto, introduzir o cadáver e emparedar tudo como antes, de modo que olhar algum pudesse descobrir qualquer coisa suspeita. E não me enganei nesse cálculo. Por meio do um gancho, desalojei facilmente os tijolos e, tendo cuidadosamente depositado o corpo contra a parede interna, sustentei-o nessa posição, enquanto, com pequeno trabalho, repus toda a parede no seu estado primitivo. Tendo procurado argamassa, areia e fibra, com todas as precauções possíveis, preparei um estuque que não podia ser distinguido do antigo e com ele, cuidadosamente, recobri o novo entijolamento. Quando terminei, senti-me satisfeito por ver que tudo estava direito. 

A parede não apresentava a menor aparência de ter sido modificada. Fiz a limpeza do chão, com o mais minucioso cuidado. Olhei em torno com ar triunfal e disse a mim mesmo: "Aqui, pelo menos pois, meu trabalho não foi em vão!" Tratei, em seguida, de procurar o animal que fora causa de tamanha desgraça, pois resolvera afinal decididamente matá-lo. Se tivesse podido encontrá-lo naquele instante, não poderia haver dúvida a respeito de sua sorte. Mas parecia que o manhoso animal ficara alarmado com a violência de minha cólera anterior e evitava arrostar a minha raiva do momento.

É impossível descrever ou imaginar a profunda e abençoada sensação de alívio que a ausência da detestada criatura causava no meu íntimo. Não me apareceu durante a noite. E assim, por uma noite pelo menos, desde que ele havia entrado pela casa, dormi profunda e tranqüilamente. Sim, dormi, mesmo com o peso de uma morte na alma. O segundo e o terceiro dia se passaram e, no entanto, o meu carrasco não apareceu. Mais uma vez respirei como um livre. Aterrorizado, o monstro abandonara a casa para sempre! Não mais o veria! Minha ventura era suprema! Muito pouco me perturbava a culpa de minha negra ação.

Poucos interrogatórios foram feitos e tinham sido prontamente respondidos. Dera-se mesmo uma busca, mas, sem dúvida, nada foi encontrado. Considerava assegurada a minha futura felicidade. No quarto dia depois do crime, chegou, bastante inesperadamente à casa um grupo de policiais, que procedeu de novo a investigação dos lugares. Confiando, porém, na impenetrabilidade do meu esconderijo, não senti o menor incômodo. Os agentes ordenaram-me que os acompanhasse em sua busca. Nenhum escaninho ou recanto deixaram inexplorado.

Por fim, pela terceira ou quarta vez, desceram à adega. Nenhum músculo meu estremeceu. Meu coração batia calmamente, como o de quem dorme o sono da inocência. Caminhava pela adega de ponta a ponta; cruzei os braços no peito e passeava tranqüilo para lá e para cá. Os policiais ficaram inteiramente satisfeitos e prepararam-se para partir.

O júbilo de coração era demasiado forte para ser contido. Ardia por dizer ao menos uma palavra, a modo de triunfo, e para tornar indubitavelmente segura a certeza neles de minha inculpabilidade. - Senhores - disse, por fim, quando o grupo subia a escada - sinto-me encantado por ter desfeito suas suspeitas. Desejo a todos saúde e um pouco mais de cortesia. A propósito, cavalheiros, esta é uma casa muito bem construída. . . (no meu violento desejo de dizer alguma coisa com desembaraço, eu mal sabia o que ia falando). Posso afirmar que é uma casa excelentemente bem construída. Estas paredes.. . já vão indo, senhores?. . . estas paredes estão solidamente edificadas.Por simples frenesi de bravata, bati pesadamente com uma bengala que tinha na mão justamente naquela parte do entijolamento, por trás do qual estava o cadáver da mulher de meu coração. Mas praza a Deus proteger-me e livrar-me das garras do demônio!

Apenas mergulhou no silêncio a repercussão de minhas pancadas e logo respondeu-me uma voz do túmulo. Um gemido, a princípio velado e entrecortado como o soluçar de uma criança, que depois, rapidamente se avolumou, num grito prolongado, alto e contínuo, extremamente anormal e inumano, um urro, um guincho lamentoso, meio de horror e meio de triunfo, como só do Inferno se pode erguer a um tempo, das gargantas dos danados na sua agonia, e dos demônios que exultam na danação.

Loucura seria falar de meus próprios pensamentos. Desfalecendo, recuei até a parede oposta. Durante um minuto, o grupo que se achava na escada ficou imóvel, no paroxismo do medo e do pavor. Logo depois, uma dúzia de braços robustos se atarefava em desmantelar a parede. Ela caiu inteiriça. O cadáver, já grandemente decomposto, e manchado de coágulos de sangue, erguia-se, ereto, aos olhos dos espectadores. Sobre sua cabeça, com a boca vermelha escancarada, o olho solitário chispante, estava assentado o horrendo animal cuja astúcia me induzira ao crime e cuja voz delatora me havia apontado ao carrasco.

Eu havia emparedado o monstro no túmulo!